terça-feira, 30 de outubro de 2012

Unidades da zona norte realizam atividades sobre prevenção do AVC


SAÚDE
Unidades da zona norte realizam atividades sobre prevenção do AVC
Eventos são alusivos ao Dia Mundial do AVC, instituído em 29 de outubro;
uma pessoa morre do mal a cada seis segundos no mundo

            Pelo menos duas Unidades da Rede Básica de Saúde de Marília – USF (Unidade de Saúde da Família) Aniz Badra e UBS (Unidade Básica de Saúde) JK – realizaram nesta segunda-feira (29) atividades de prevenção do AVC (Acidente Vascular Cerebral), mais conhecido como derrame e melhoria da qualidade de vida.


A iniciativa contou com a colaboração da médica, Amanda de Paula Coelho, que atua nas duas unidades, dos profissionais do Nasf (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), Aline Cardozo de Almeida (educadora física), e Michelle Righetti Rocha Trinca (nutricionista), além das equipes da USF e da UBS.

            As ações foram realizadas em alusão ao Dia Mundial do AVC – 29 de outubro – instituído pela Organização Mundial do AVC, com o objetivo de engajar os profissionais de saúde e o público em geral na luta pela melhora das condições de tratamento e prevenção da doença. Uma pessoa morre a cada seis segundos de derrame. No Brasil, o AVC é a primeira causa de morte e incapacidade, gerando um enorme impacto econômico e social.

            A USF Aniz Badra realizou atividades pela manhã. Cerca de 40 pessoas que são usuárias da unidade fizeram uma caminhada pelo bairro. Em seguida, fizeram uma roda de conversa e foi distribuído material informativo.

Durante a roda de conversa, a aposentada Maria Doraci Barbosa, que sofreu AVC há dez anos, falou de sua vivência, de como o descobriu, quais os sintomas que teve antes de ter diagnosticado o derrame, e como mudou a sua vida após o AVC.

            Amanda aproveitou o exemplo de Doraci, e explicou aos participantes sobre os sintomas, os sinais de alerta e quais as medidas que tem de ser tomadas quando houver suspeita de AVC. Entre as dicas, além dos sinais de formigamento pelo corpo, ela comentou sobre os alertas da sigla Samu. (veja texto)

            A médica ressaltou que para conquistar qualidade de vida e prevenir contra o AVC são necessárias mudanças de comportamento e ter hábitos saudáveis. “É preciso praticar atividade física, ter uma boa alimentação, e uma vida social”.

            Ela alertou que o sedentarismo, a obesidade, o tabagismo, a hipertensão são fatores que tornam a pessoa mais predisposta ao derrame. “Por isso a necessidade de se levar uma vida mais saudável”, destacou.

            Michelle conversou sobre alimentação. Ela alertou sobre a necessidade de se ter uma alimentação equilibrada, “evitar o consumo exagerado de massas e frituras, diminuir o consumo de sal, optar pelos alimentos naturais aos industrializados, aumentar a ingestão de verduras legumes e frutas, além de tomar bastante água”.

            Aline afirmou que não basta somente ter uma alimentação equilibrada, é preciso que as pessoas tenham uma atividade física regular. “Se fizer alguma atividade três vezes por semana já traz benefícios. Se fizer a atividade física mais vezes, será ainda melhor”, disse.

            Amanda reafirmou a necessidade de evitar o sedentarismo. “Muitas pessoas tratam de diabete ou da pressão arterial com remédios, mas ele sozinho pode não ser eficaz. Há a necessidade de ter atividade física e a alimentação balanceada em intervalos a cada duas ou três horas para que se tenha qualidade de vida”.

            A médica fez uma dinâmica com os participantes da ação. Do grupo de 40 pessoas constatou-se que metade dele tem hipertensão e 25% tem diabete ou é pré-diabética. “Por isso que é importante mudarmos nosso comportamento e ter uma vida mais saudável”, ressaltou.

            A agente comunitária de saúde, Mara Débora dos Santos Marques, que incentiva os usuários a realizarem caminhada há 13 anos, apontou que a atividade física tem outra função – a sociabilidade entre as pessoas do grupo.

            “É muito bom ver as pessoas se reunindo, interagindo, sabendo uma das outras. A caminhada é um espaço de união, de um se importar com o outro”, afirmou.

RODA DE CONVERSA
            No período da tarde, na Unidade Básica de Saúde JK realizou uma roda de conversa com cuidadores da região. “Foi uma forma que encontramos de discutir sobre o assunto entre estas pessoas que cuidam das outras, em que muitos dos pacientes já tiveram AVC”, disse Amanda.

            Além de material informativo, os cuidadores também assistiram a um vídeo sobre AVC, assim como tiveram a oportunidade de tirarem suas dúvidas em relação aos cuidados necessários com pacientes que já tiveram derrame.


Fotos: Lígia Martin Ferreira


BOX 1


Doença é a principal causa de morte prematura no Brasil

O AVC (Acidente Vascular Cerebral) ocorre em qualquer idade e também afeta crianças. É a segunda causa de morte no mundo, sendo responsável por 6 milhões de mortes a cada ano, segundo o site da Associação Brasil AVC (www.abacv.org,br).

  Segundo a organização, o derrame é responsável por mais mortes anualmente do que as atribuídas à aids, tuberculose e malária juntos. No Brasil, o AVC é a principal causa de morte prematura e incapacitação

O derrame pode causar paralisia, dor, perda da capacidade de falar e entender, afetar a memória, raciocínio e os processos emocionais.

            O AVC ocorre quando as artérias que irrigam o cérebro sofrem uma obstrução ou uma ruptura, provocando a morte do tecido cerebral. Existem dois tipos de acidentes vasculares cerebrais: o isquêmico e o hemorrágico.

O isquêmico ocorre devido à obstrução de uma artéria. Nesse caso, as células do cérebro, privadas do fornecimento de sangue, não recebem oxigênio suficiente e nem glicose, o que pode provocar a morte desse tecido.

O AVC hemorrágico consiste em uma hemorragia no cérebro. Neste tipo de derrame, ocorre uma ruptura de um vaso sanguíneo, afetando o fluxo normal e permitindo que o sangue se espalhe pelo tecido cerebral. O sangue entra em contato direto com o tecido cerebral e o irrita, podendo causar cicatrizes que podem acarretar, posteriormente, convulsões.



BOX 2


Médica ensina como reconhecer os sinais do AVC

            A médica da Rede de Atenção Básica de Marília, Amanda de Paula Coelho, explicou aos participantes das atividades desta segunda-feira (29) como podemos reconhecer se uma pessoa está tendo ou teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

            Além de perceber o formigamento nos membros, a dica está na sigla Samu, que neste caso quer dizer Sorriso, Abraço, Música e Urgente.

            Uma das características da pessoa que sofre o AVC é ficar com a boca torta. Assim, peça para que ela sorria. Se mostrar-se com algum desvio, a boca torta. Este é um indício de que ela pode estar sofrendo derrame.

            A outra dica é pedir um abraço. “A pessoa que tiver AVC ela terá dificuldades de levantar os braços e dar um abraço firme. Ela poderá apresentar falta de força em alguns dos lados”, afirmou Amanda.

            Seguindo a sigla, peça para que a pessoa cante uma Música, ou fale. “Geralmente pessoas acometidas pelo AVC têm dificuldades ao falar ou cantar. Veja se a pessoa fala arrastado ou se ela entende o que você diz”, destacou a médica.

            No caso de identificação de alguns destes sintomas, é necessário ligar Urgente para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) – 192 – para que a pessoa seja levada imediatamente a um hospital.

Nenhum comentário:

Postar um comentário