SAÚDE
Unidades da zona norte realizam atividades sobre
prevenção do AVC
Eventos são alusivos ao Dia Mundial do AVC, instituído em 29 de
outubro;
uma pessoa morre do mal a cada seis segundos no mundo
Pelo
menos duas Unidades da Rede Básica de Saúde de Marília – USF (Unidade de Saúde
da Família) Aniz Badra e UBS (Unidade Básica de Saúde) JK – realizaram nesta
segunda-feira (29) atividades de prevenção do AVC (Acidente Vascular Cerebral),
mais conhecido como derrame e melhoria da qualidade de vida.
A iniciativa
contou com a colaboração da médica, Amanda de Paula Coelho, que atua nas duas
unidades, dos profissionais do Nasf (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), Aline
Cardozo de Almeida (educadora física), e Michelle Righetti Rocha Trinca
(nutricionista), além das equipes da USF e da UBS.
As
ações foram realizadas em alusão ao Dia Mundial do AVC – 29 de outubro –
instituído pela Organização Mundial do AVC, com o objetivo de engajar os
profissionais de saúde e o público em geral na luta pela melhora das condições
de tratamento e prevenção da doença. Uma pessoa morre a cada seis segundos de
derrame. No Brasil, o AVC é a primeira causa de morte e incapacidade, gerando
um enorme impacto econômico e social.
A
USF Aniz Badra realizou atividades pela manhã. Cerca de 40 pessoas que são
usuárias da unidade fizeram uma caminhada pelo bairro. Em seguida, fizeram uma
roda de conversa e foi distribuído material informativo.
Durante a roda
de conversa, a aposentada Maria Doraci Barbosa, que sofreu AVC há dez anos,
falou de sua vivência, de como o descobriu, quais os sintomas que teve antes de
ter diagnosticado o derrame, e como mudou a sua vida após o AVC.
Amanda
aproveitou o exemplo de Doraci, e explicou aos participantes sobre os sintomas,
os sinais de alerta e quais as medidas que tem de ser tomadas quando houver
suspeita de AVC. Entre as dicas, além dos sinais de formigamento pelo corpo, ela
comentou sobre os alertas da sigla Samu. (veja
texto)
A médica ressaltou
que para conquistar qualidade de vida e prevenir contra o AVC são necessárias mudanças
de comportamento e ter hábitos saudáveis. “É preciso praticar atividade física,
ter uma boa alimentação, e uma vida social”.
Ela
alertou que o sedentarismo, a obesidade, o tabagismo, a hipertensão são fatores
que tornam a pessoa mais predisposta ao derrame. “Por isso a necessidade de se
levar uma vida mais saudável”, destacou.
Michelle conversou sobre
alimentação. Ela alertou sobre a necessidade de se ter uma alimentação
equilibrada, “evitar o consumo exagerado de massas e frituras, diminuir o
consumo de sal, optar pelos alimentos naturais aos industrializados, aumentar a
ingestão de verduras legumes e frutas, além de tomar bastante água”.
Aline afirmou que não basta somente
ter uma alimentação equilibrada, é preciso que as pessoas tenham uma atividade
física regular. “Se fizer alguma atividade três vezes por semana já traz
benefícios. Se fizer a atividade física mais vezes, será ainda melhor”, disse.
Amanda reafirmou a necessidade de
evitar o sedentarismo. “Muitas pessoas tratam de diabete ou da pressão arterial
com remédios, mas ele sozinho pode não ser eficaz. Há a necessidade de ter
atividade física e a alimentação balanceada em intervalos a cada duas ou três
horas para que se tenha qualidade de vida”.
A médica fez uma dinâmica com os
participantes da ação. Do grupo de 40 pessoas constatou-se que metade dele tem
hipertensão e 25% tem diabete ou é pré-diabética. “Por isso que é importante
mudarmos nosso comportamento e ter uma vida mais saudável”, ressaltou.
A agente comunitária de saúde, Mara
Débora dos Santos Marques, que incentiva os usuários a realizarem caminhada há
13 anos, apontou que a atividade física tem outra função – a sociabilidade
entre as pessoas do grupo.
“É muito bom ver as pessoas se
reunindo, interagindo, sabendo uma das outras. A caminhada é um espaço de
união, de um se importar com o outro”, afirmou.
RODA DE CONVERSA
No período da tarde, na Unidade
Básica de Saúde JK realizou uma roda de conversa com cuidadores da região. “Foi
uma forma que encontramos de discutir sobre o assunto entre estas pessoas que
cuidam das outras, em que muitos dos pacientes já tiveram AVC”, disse Amanda.
Além de material informativo, os
cuidadores também assistiram a um vídeo sobre AVC, assim como tiveram a oportunidade
de tirarem suas dúvidas em relação aos cuidados necessários com pacientes que
já tiveram derrame.
Fotos: Lígia Martin Ferreira
BOX 1
Doença é a principal causa de morte
prematura no Brasil
O AVC (Acidente
Vascular Cerebral) ocorre em qualquer idade e também afeta crianças. É a
segunda causa de morte no mundo, sendo responsável por 6 milhões de mortes a
cada ano, segundo o site da Associação Brasil AVC (www.abacv.org,br).
Segundo a organização, o derrame é responsável
por mais mortes anualmente do que as atribuídas à aids, tuberculose e malária
juntos. No Brasil, o AVC é a principal causa de morte prematura e incapacitação
O derrame pode causar paralisia, dor, perda da capacidade de falar e
entender, afetar a memória, raciocínio e os processos emocionais.
O AVC ocorre quando as artérias que
irrigam o cérebro sofrem uma obstrução ou uma ruptura, provocando a morte do
tecido cerebral. Existem dois tipos de acidentes vasculares cerebrais: o
isquêmico e o hemorrágico.
O isquêmico ocorre devido à obstrução de uma artéria. Nesse caso, as
células do cérebro, privadas do fornecimento de sangue, não recebem oxigênio
suficiente e nem glicose, o que pode provocar a morte desse tecido.
O AVC
hemorrágico consiste em uma hemorragia no cérebro. Neste tipo de derrame,
ocorre uma ruptura de um vaso sanguíneo, afetando o fluxo normal e permitindo
que o sangue se espalhe pelo tecido cerebral. O sangue entra em contato direto
com o tecido cerebral e o irrita, podendo causar cicatrizes que podem
acarretar, posteriormente, convulsões.
BOX 2
Médica ensina como reconhecer os sinais
do AVC
A
médica da Rede de Atenção Básica de Marília, Amanda de Paula Coelho, explicou
aos participantes das atividades desta segunda-feira (29) como podemos
reconhecer se uma pessoa está tendo ou teve um AVC (Acidente Vascular
Cerebral).
Além
de perceber o formigamento nos membros, a dica está na sigla Samu, que neste
caso quer dizer Sorriso, Abraço, Música e Urgente.
Uma
das características da pessoa que sofre o AVC é ficar com a boca torta. Assim,
peça para que ela sorria. Se mostrar-se com algum desvio, a boca torta. Este é
um indício de que ela pode estar sofrendo derrame.
A
outra dica é pedir um abraço. “A pessoa que tiver AVC ela terá dificuldades de
levantar os braços e dar um abraço firme. Ela poderá apresentar falta de força
em alguns dos lados”, afirmou Amanda.
Seguindo
a sigla, peça para que a pessoa cante uma Música, ou fale. “Geralmente pessoas
acometidas pelo AVC têm dificuldades ao falar ou cantar. Veja se a pessoa fala
arrastado ou se ela entende o que você diz”, destacou a médica.
No
caso de identificação de alguns destes sintomas, é necessário ligar Urgente
para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) – 192 – para que a
pessoa seja levada imediatamente a um hospital.
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