sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

JORNALISTA JOSÉ MARIA ZUICKER DEIXA O GRUPO PÃO DE AÇUCAR QUE PERDE GRANDE EMPREENDEDOR DE PROJETOS CULTURAIS E SOCIAIS



Caras AMIGAS e AMIGOS ligados à Cultura, Comunidade e Ação Social,

Empreendedores, Formadores de opinião: o texto é longo, pois o tema exige, contrariando meu estilo sucinto e pragmático, mas penso que vale a pena ler…

Muitos têm questionado sobre meu desligamento do Grupo Pão de Açúcar, mais especificamente da loja em Marília. Não compreendem as razões de tal ocorrência, haja vista o andamento de projetos de grande importância, já desenvolvidos há quase 4 anos e que se encontrava perfeitamente adequado a temas atuais e relevantes, voltados a práticas de sustentabilidade, responsabilidade social e empresarial. Projeto idealizado pensando nos clientes e em suas relações com as práticas organizacionais.

Durante este período, observamos significativamente, a melhoria, a qualidade de vida das pessoas e o acesso a determinadas informações, tanto no âmbito cultural, quanto artístico e social, numa abrangência não só local, que se estendeu às mais diversas regiões de nosso Estado. Como resultado, constatou-se retorno imediato no apreço dos clientes, destacando a missão organizacional e demonstrando que o Grupo Pão de Açúcar se encontrava realmente preocupado em melhorar a vida dos seus clientes, oportunizando ambientes de descontração, lazer e práticas de consciência coletiva.

Observou-se também a recuperação da credibilidade e retorno de seu público alvo, descaracterizando uma imagem até então, muito aquém do esperado para um supermercado de renome nacional e de destaque em lojas localizadas em outros municípios. Com efeito, obviamente, apontamos seu crescimento como empresa e como entidade respeitável, em nosso município. Afinal, de nada adianta a pretensão de crescer economicamente e de forma sustentável enquanto se desprestigia seus principais atores – os clientes!

Todo término de relação contratual, necessita de embasamento e ocorre com certa ‘normalidade’ e razoabilidade. Seria até normal a rescisão de um projeto em substituição a algo inovador; mas, entendo que tal situação deva ser procedida com urbanidade, motivos maiores e fundamentados, ou seja, ação arrazoada pelos mais diversos motivos, tais como: em função de agenda cultural e social a ser cumprida e que envolve instituições, artistas, parceiros, imprensa, amigos e clientes. Não foi o que houve.

De forma abrupta, simplesmente decidiu-se. E ponto. Fim. Essa decisão certamente empana novamente a imagem da empresa que, como disse, deixava muito a desejar, consoante reclamações de clientes. Compromissos assumidos há meses deixarão de ser honrados, num total desrespeito a tantos colaboradores e fiéis parceiros. Já se percebe muita indignação. Lamento.

Cabe esclarecer que, o Diretor Regional do Grupo, Sr. Cesar, residente na cidade de Ribeirão Preto, desconhecedor do mercado mariliense, sua sociedade e suas pessoas e, ocupante desse cargo há pouco tempo, já havia nos arguido sobre essas “ações culturais e sociais”, alegando que não se justificam, pois não trazem resultados imediatos e positivos nas vendas. Ele está certo? Não!

Evidentemente que não!

À ocasião, respondi-lhe não ser profissional de área comercial e sim profissional de publicidade e marketing, aberto a todas as informações, opiniões, ideias e debates, focando principalmente a melhoria pela baixa aceitação da loja perante o público consumidor mariliense que o Supermercado Pão de Açúcar possuía na cidade. Acordo proposto, acordo aceito. Em nossa pesquisa, apuramos que muitas razões do desprestígio estavam ligadas ao atendimento precário e absolutamente péssimo, produtos vencidos, preços elevados, uso inadequado do estacionamento e nenhum compromisso com a sociedade. Muitos outros, ainda poderiam ser apontados. Nessa situação, como conquistar a fidelização dos clientes?

Essa foi a nossa proposta, tornar o “Pão de Açúcar” num excelente local de compras – otimizando um espaço aberto, de lazer e encontro. E ele se fez!

Implantarmos uma imperiosa ação de marketing de relacionamento interno e externo, principalmente junto a toda sociedade, sem nos esquecermos de colaboradores e fornecedores. De imediato, verificamos o aumento de clientes, amigos e autoridades civis e políticas. Verificou-se também, o interesse da população e da imprensa (falada e escrita) pelos eventos realizados e pelos próximos a acontecer. Conquistamos o reconhecimento das autoridades locais.

Ou seja, o projeto apresentado obteve excelentes respostas, conquistou público novo, além de ‘habitués’, todos passaram a frequentar a loja com maior frequência, sempre em busca de novidades, exposições, espaços abertos ao que acontece em Marília nos mais diversos segmentos artísticos e culturais: canto, dança e ações sociais. O “Pão de Açúcar” tornou-se verdadeiro centro de referência de informações. Com alguns acertos operacionais (estacionamento, iluminação, atendimento) passaria a ser realmente “um lugar de gente feliz”.

Numa outra ocasião, tive de ouvir irônico comentário – “qualquer um” poderia fazer o nosso trabalho. Irônico ou ofensivo? Nossa experiência profissional, idade, desenvoltura e profissionalismo, em todos os segmentos de atuação e que se traçam nas contingências – morais e éticas, no respeito ao próximo, de nada vale? Uma trajetória marcada pelo sucesso profissional – não possui valor!

É indiscutível a preocupação a nível nacional do Grupo Pão de Açúcar pela sua distância das bases; o que torna a decisão mais lamentável ainda, pois a cidade de Marília, pioneira com esse projeto que encurtava essa distância, não foi compreendida nas suas aspirações.

Para terminar, amigos, artistas, benemerência, clientes, cultura, crianças, idosos, imprensa, parceiros – concluo: desconhecedor de certas práticas, nada interessa para esse ‘diretor’ que representa o supermercado, apenas e tão somente, vislumbrando resultados nas vendas [sic]. Obterá?

Alguns costumam brincar dizendo que eu sou “o cara” – um cara ponderado e educado. Ah se não o fosse! Entenderam???

Obs.: em face do meu desabafo; aceito sugestões para o desenvolvimento de outros projetos (kakakakaka). E agradeço a visão e sensibilidade de alguns executivos que apoiaram esse projeto pioneiro no Grupo e de sucesso total na cidade, como o ex-diretor regional Sr. Marcos, Gerentes Paulinho e Calil e ao atual gerente Rodrigo que tentou…

JM Zuicker – Jornalista

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